Os níveis de emissão de gás carbônico (CO2) provocados pela devastação do cerrado já são equivalentes aos alcançados pelo desmatamento na Amazônia. Levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Ministério do Meio Ambiente mostra que a emissão média anual de carbono entre 2002 e 2008 foi de 350 milhões de toneladas. Neste intervalo, a taxa média de desmatamento anual no bioma foi de 21.260 Km², uma área duas vezes maior que a estimativa de desmatamento na Amazônia, que é de 10 mil Km².
Com esse ritmo, o total de área devastada do cerrado passou de 41,9% para 48,2%. "Os números são acachapantes", resumiu o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Embora o cerrado tenha o dobro de área desmatada que a Amazônia, a quantidade de carbono emitida é equivalente, porque as árvores da Amazônia têm mais celulose, com isso, mais carbono por hectare.
Diante dessas estatísticas, Minc lançou um conjunto de medidas para interromper a tendência de devastação no cerrado. Batizado de Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas, o plano traça estratégias para serem executadas entre 2009/2011. Entre elas, ampliar áreas sob proteção. "Atualmente, no papel, 7,5% do território do cerrado está protegido", disse o ministro. A ideia é ampliar esse percentual, para, pelo menos 10%. Para alcançar esse índice, seria preciso criar, em dois anos, 600 mil hectares de áreas novas de proteção. O plano inicial é que três unidades sejam criadas, cada uma com 200 mil hectares. O local das novas áreas já foi escolhido, mas não foi anunciado.
Ainda segundo o jornal, o estudo sobre o ritmo de desmatamento no cerrado é fruto de uma análise dos satélites CBERS e Landsat. O novo plano prevê um acompanhamento constante das atividades de desmatamento, a exemplo do que é feito na Amazônia. O novo sistema deverá ser desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). De acordo com o diretor de Conservação da Biodiversidade do ministério, Bráulio Ferreira de Souza Dias, o novo método deverá demorar um pouco para entrar em funcionamento. "É preciso fazer adaptações, testes em campo", avisou. Um dos desafios, contou Dias, está relacionado com o longo período de seca, em que vegetação perde boa parte das folhas. "Isso torna um pouco mais difícil diferenciar o que é seca, o que é devastação."
A análise das imagens captadas no levantamento mostra que, ao contrário do que ocorre na Amazônia, as áreas de devastação são mais pulverizadas. Mesmo assim, é possível identificar algumas tendências. O estudo realizado mostra, por exemplo, que 60 cidades são responsáveis por um terço de todo desmatamento do cerrado. Os estados onde há maior desmatamento, em números absolutos, são: Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia.A maior parte da devastação no cerrado ocorreu a partir da década de 1970. Atualmente, maiores vetores de desmatamento no bioma são cana-de-açúcar (principalmente no Triângulo Mineiro e São Paulo); carvão vegetal (em Minas, Bahia e Goiás); soja (no Piauí, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão); pecuária (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e queimadas.
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
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