quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Braskem será sócia da Petrobrás no Comperj e na Petroquímica Suape

Acerto faz parte das negociações de compra da Quattor e da reorganização das participações na Braskem. A Braskem assumiu ontem o compromisso de se tornar sócia da Petrobrás em dois outros projetos importantes da estatal no setor petroquímico: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e o Complexo Petroquímico de Suape, em Pernambuco. O acerto, cujos detalhes devem ser definidos em breve, fez parte das negociações de compra da Quattor pela Braskem e da reorganização das participações de Odebrecht e Petrobrás na nova Braskem. A estatal procurava, sem sucesso, parceiros privados para o Comperj e para Suape, para evitar críticas de reestatização da petroquímica. "Não teria significado estratégico se não fosse assim. Não faz sentido no longo prazo termos uma participação significativa na Braskem e desenvolver dois novos projetos para competir com nós mesmos", disse ao Estado o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. De acordo com o diretor executivo da Odebrecht, Newton de Souza, participar do Comperj se tornou um bom negócio para a Braskem por causa das mudanças no projeto. "O Comperj que existe hoje é muito diferente do projeto anterior. Hoje o negócio faz sentido para a petroquímica", afirmou. Conforme o fato relevante divulgado ontem, o acordo de associação celebrado entre Odebrecht, Petrobrás e Braskem, prevê que a Braskem assumirá as sociedades que desenvolvem a primeira e segunda geração de petroquímica do Comperj. A Braskem também vai adquirir gradativamente participação nas sociedades que desenvolvem os negócios do Complexo de Suape. A Petrobrás informou ontem que pretende investir US$ 5,6 bilhões na petroquímica entre 2009 e 2013. A estatal tem três grandes investimentos na produção de resinas: a Petroquímica Paulínia, que já é feita em sociedade com a Braskem, a Petroquímica Suape e o Comperj. O investimento total no Comperj chega a US$ 8,5 bilhões. Segundo analistas do mercado, não havia muitas empresas dispostas a dividir esses custos. A Petrobrás afirmava, no entanto, que vinha negociando com diversos investidores para compartilhar as plantas de segunda geração, que produzem matéria-prima para a indústria. Enquanto o impasse não se resolvia, a estatal tocava sozinha as obras da refinaria, com capacidade para processar 150 mil barris de óleo pesado por dia. Os investimentos na Petroquímica Suape podem chegar a R$ 4 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantiu recentemente que vai financiar 65% do projeto, o que significa R$ 2,6 bilhões. Os planos para construir a petroquímica em Pernambuco começaram em 2007. No início, a companhia têxtil Vicunha era sócia do projeto. Mas, preocupada com o impacto da crise global, a Vicunha desistiu. Serão três fábricas no Complexo de Suape. A primeira é uma unidade com capacidade para 700 mil toneladas por ano de Ácido Tereftálico Purificado (PTA). O PTA é o principal insumo da planta de poliéster e da unidade produtora de PET.

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