domingo, 21 de fevereiro de 2010

Crise provoca queda de 3% nas emissões de CO2

As emissões mundiais de CO2 podem registrar uma queda de 3% este ano. Estudo da AIE indica que a queda se deve essencialmente à redução da produção industrial, decorrente da crise econômica. A crise econômica, que provocou uma queda das emissões mundiais de CO2 sem precedentes em 40 anos constitui uma oportunidade para o clima, da Terra, desde que aproveitada rapidamente e que um acordo ambicioso seja concluído em dezembro, na cúpula de Copenhague (Dinamarca). De acordo com um estudo da Agência Internacional da Energia (AIE) publicado ontem, em Bangkok (Tailândia), as emissões mundiais de CO2 ligadas às energias fósseis, uma das principais causas do aquecimento global, podem registrar uma queda de 3% em 2009. Essa baixa, que se deve essencialmente à redução da produção industrial, vai na contramão da evolução média das emissões, que era até agora de +3% por ano. Isso representa uma oportunidade única de colocar o mundo num caminho que permitiria limitar em dois graus os efeitos do aquecimento global, segundo o chefe do Departamento de Economia da AIE, Fatih Birol. Contudo, será preciso atuar rapidamente para reorientar os investimentos na direção certa, avisou, numa entrevista coletiva organizada à margem das negociações sobre o clima conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na capital da Tailândia. “É uma chance única para a transição do sistema energético mundial. Mas, é preciso agir agora”, insistiu Yvo de Boer, principal encarregado das questões sobre o clima na ONU, no prefácio do relatório da AIE. Delegações de mais de 180 países estão reunidas há 11 dias em Bangkok para preparar a conclusão de um acordo mundial em dezembro, e dar prosseguimento ao Protocolo de Kyoto. A AIE apresentou um cenário segundo o qual a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera se limitaria a 450 partes por milhão (ppm), o que permitiria, segundo os cientistas, limitar em +2ºC a elevação da temperatura mundial. O estudo ressaltou a atuação central da China, que se tornou em 2007 o maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, superando os Estados Unidos. De acordo com Birol, se a China atingir as metas que ela mesma definiu, suas reduções relativas de emissões em 2020, em relação ao que teriam sido sem ação específica, representarão um quarto do esforço necessário em nível mundial para ficar abaixo da marca de +2ºC. A partir de 2010, cada ano de atraso agregará “500 bilhões de dólares ao investimento total necessário no setor energético” para chegar a esta meta, explicou Nobuo Tanaka, da AIE. Para a organização ambiental Fundo Mundial da Vida Selvagem (WWF), o relatório da AIE mostra claramente que seria completamente estúpido deixar de investir desde já numa economia menos poluente em CO2.

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