domingo, 7 de fevereiro de 2010

Meta de 6% não muda patamar de emissão

Se nada for feito para frear as emissões nacionais de gases-estufa e o crescimento do País for de 6% ao ano, o Brasil deve ter uma emissão anual em 2020 de pelo menos 3 gigatoneladas de CO2. No cenário apresentado em meados de Outubro de 09 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considera um crescimento de 4% ao ano, as emissões seriam de 2,8 gigatoneladas de CO2 em 2020. Portanto, elevar de 4% para 6% o crescimento, na avaliação preliminar do MMA significaria um aumento do lançamento do principal gás de efeito estufa em ao menos 200 milhões de toneladas, o equivalente a cerca de metade do desmatamento atual da Amazônia por ano. A redução das emissões é vista como necessária mundialmente, pois as mudanças climáticas já afetam diversos países e ilhas e podem gerar efeitos trágicos para as pessoas nos próximos anos. São previstos aumento da desertificação, do nível do mar, do número de enchentes e da severidade de tempestades. Mas, enquanto países industrializados devem ter metas obrigatórias de redução global de emissão, espera-se de países em desenvolvimento, como o Brasil, que continuem crescendo, mas que reduzam a taxa de aumento de emissões. Na proposta do MMA, o desmatamento deveria ser reduzido em 80% até 2020 e as emissões, diminuidas em 40% sobre a projeção de 2,8 gigatoneladas de CO2. Mas a ministra Dilma Rousseff solicitou que fossem feitos novos estudos, com projeções de crescimento de 5% e 6% ao ano. Se com o cenário de 4% de crescimento as emissões voltariam a ficar perto do patamar de 1994, com 6% devem ficar no nível atual. O MMA optou por utilizar em seus cenários a média de 4% de crescimento ao ano porque o Plano Decenal de Energia também utiliza esse valor. O efeito estufa Processo natural, que permite à Terra manter a temperatura adequada ao desenvolvimento da vida. Como era – uma parte da radiação do Sol refletida pela Terra é retida na atmosfera. Parte da radiação volta ao espaço. Com a ação do homem – com o excesso de gases na atmosfera, mais radiação solar fica presa e leva ao aquecimento. Uma pequena parte da radiação volta ao espaço. Termômetro - Aumento de temperatura em relação a 1980-99, consequências (sem ações de adaptação) + 4º C – Até 2 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez de água. +3,8º C – Mais de 40% das espécies terão desaparecido. +3,5º C – Um quinto da população mundial será vulnerável a enchentes. +3,2º C – Haverá perdas na agricultura em latitudes mais altas e baixas. +3º C – 30% das áreas alagadas costeiras terão sumido. 30 milhões a 120 milhões de pessoas a mais sofrerão fome. +2,5º C – 20 a 30% das espécies estarão sob risco de extinção. Os recifes de corais estarão mortos em praticamente todo o mundo. +2º C – Milhões de pessoas estarão expostas a inundações nas costas. Os maiores emissores – Países industrializados e emergentes estão na liderança. China – 6,2 bi (t/ano), população de 1.312, 253mi. (2006) EUA – 5,8 bi (t/ano), população de 302, 741mi. A geração de energia por queima de carvão é a principal causa, mas o modo de vida dos americanos colabora substancialmente. (2006) União Europeia – 3,88 bi (t/ano), população de 489, 686mi. (2005) Rússia – 2,29 bi (t/ano), população de 143,17mi (2005) Brasil – 1,48 bi (t/ano), população de 186, 075mi. O país é um dos maiores emissores do mundo, especialmente pelo desmatamento e queima da floresta amazônica. (1994) Japão – 1,26 bi (t/ano), população de 127, 449mi. (2005) Índia – 1,26 bi (t/ano), população de 1.130, 618mi. (1994) Impactos no Brasil do aumento da temperatura A temperatura brasileira já subiu 0,75º C no século 20. O que já aconteceu Centro-oeste – chuvas intensas. Sul – primeira ocorrência de furacão, o Catarina, em 2004. Nordeste – a linha costeira retrocedeu, entre 1915 e 1950 tinha 80 m, entre 1985 e 1995 tinha 25 m. Sudeste – Teve 35% a mais de noites quentes e 10% a menos de noites frias. Praias em São Vicente, Santos e Guarujá correm o risco de perder boa parte da faixa de areia. O que pode acontecer Norte – a ilha de Marajó pode perder de 28% a 36% da área para o mar. Nordeste – recifes de corais podem morrer e o clima pode passar de semi-árido para árido. Centro- oeste – Menos chuvas no Pantanal; espécies de peixes, jacarés e tuiuiús ficarão ameaçadas. Sul – Alteração de migração de aves. Uma elevação do mar de 50 cm provocaria a inundação de 30% das áreas com matas nativas da Ilha dos Marinheiros, na planície costeira do RS.

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