quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Poluição piora qualidade de 21% dos rios do País

Segundo relatório que analisa as bacias hidrográficas, em SP cinco rios e o Alto Tietê estão em pior situação O Brasil concentra 12% da água potável do mundo. Ainda assim, moradores de regiões metropolitanas convivem com rios que mal dão conta de suprir suas necessidades. Poluição e mau uso dos recursos hídricos transformaram a qualidade das águas de 21% dos rios do País. Em São Paulo, cinco rios e a Bacia do Alto Tietê estão entre os que têm a pior qualidade. Os dados são do primeiro relatório de conjuntura dos recursos hídricos no Brasil, lançado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA), analisando a situação de todas as bacias hidrográficas brasileiras. De um modo geral, a qualidade das águas no País é boa - 9% foi considerada ótima e 70%, boa, com a ressalva de que boa parte dos rios do Centro-Oeste, Norte e sertão do Nordeste não foram avaliados. Ainda assim, 7% das águas foram consideradas péssimas ou ruins e 14%, regulares. Esses rios concentram-se justamente nas áreas mais povoadas do País, caso da Bacia do Alto Tietê e das bacias do Gravataí e do Sinos, rios que abastecem a região metropolitana de Porto Alegre. São situações reversíveis, mas o caso é que, apesar de haver algum tratamento do esgoto despejado nessas águas, não é uma prática universal. Seria necessário muito mais investimento. Atualmente, apenas 47% da população têm esgoto coletado. Desses, 53% são jogados nos rios sem qualquer tratamento, contribuindo para a poluição. As zonas metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Vitória são as que estão hoje em situação mais preocupante. No Estado de São Paulo a situação é bem razoável. Mas no caso do Tietê, por exemplo, quase não há dinheiro que consiga resolver o problema. Área Comprometida Outra medida de qualidade dos recursos hídricos no País é o índice de crescimento de algas e outras plantas aquáticas. Em águas com muita poluição, causada por esgoto não tratado, aumenta o número de nutrientes que provocam crescimento excessivo dessas plantas. Nesse caso, quase 30% das águas estão comprometidas e 7% tão comprometidas a ponto de haver mortandade de peixes. Em açudes, reservatórios e lagoas, 45% dos pontos avaliados estão no nível mais alto de comprometimento. O relatório revela ainda que, apesar da imensa quantidade de água potável disponível no País, a distribuição é irregular e o excesso de uso de algumas bacias é preocupante. Mais de 70% da água brasileira está na região amazônica. É aí que está a melhor situação do País, com todos os rios podendo atender sem problemas a demanda da população local. Já as três bacias que atendem a região Nordeste e Minas Gerais são hoje as que apresentam situação mais preocupante. A chamada Atlântico Nordeste Oriental, que atende os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte e parte de Alagoas, Pernambuco e Ceará são a pior, com 91% em situação crítica, muito crítica ou preocupante. É um problema de gestão. Não significa que não tem água, mas é necessário mais controle, mais fiscalização para que o uso inadequado não leve a uma deterioração total ou até à seca. A Bacia do São Francisco é outro caso que requer cuidado: 44% em situação difícil. O superintendente explica que o Rio São Francisco tem muita água, mas a recebe basicamente nas cabeceiras, em Minas. Os rios da bacia no sertão nordestino são todos afluentes com pouca água, que secam. Daí a defesa da transposição do rio. Para levar água até essas regiões que o rio atravessa são necessárias obras. AM completa zona de conservação no entorno da BR-319 O governo do Estado do Amazonas anunciou ontem a criação de mais seis unidades de conservação (UCs) na área de influência da BR-319 (Manaus-Porto Velho), completando o mosaico de áreas protegidas com o qual se propõe "blindar" a floresta contra os efeitos do asfaltamento da rodovia. As novas unidades somam 23 mil quilômetros quadrados, uma área maior do que o Estado de Sergipe. Elas se encaixam no mapa com outras 3 UCs estaduais que já haviam sido criadas, mais 11 UCs federais e 8 UCs de Rondônia, somando 115 mil km2 de áreas protegidas. A implementação das unidades será paga com recursos de compensação ambiental do Ministério dos Transportes. A expectativa é de que o Ibama dê a licença para o asfaltamento nos próximos meses.

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