terça-feira, 31 de julho de 2012

Mercados ignoram determinação

Mercados ignoram determinação e fornecem sacolas tradicionais
Por determinação judicial, supermercados de São Paulo serão obrigados, a partir desta semana, a fornecer gratuitamente sacolas de plástico biodegradável ou de papel para os consumidores.
A decisão, conforme posicionamento das principais redes varejistas instaladas na Baixada Santista, será acatada. No entanto, em quatro estabelecimentos visitados pela Reportagem em 30/07/12, apenas as sacolas tradicionais estavam à disposição dos consumidores.
A troca da matéria-prima utilizada na fabricação das embalagens é amparada na liminar (decisão provisória), que determinou a volta das sacolas plásticas nos estabelecimentos.
No final de junho, o parecer da juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1º Vara da Capital, determinou o prazo de 30 dias para que os supermercados fornecessem “gratuitamente e em quantidade suficiente” opções biodegradáveis e de papel.
Estabelecimentos só poderão distribuir sacolas biodegradáveis ou de papelão aos consumidores.
Impossível ver diferenças.
Para o consumidor, é praticamente impossível identificar a diferença entre a sacola biodegradável e a comum, feita de polietileno - derivado do petróleo. Para piorar, especialistas alertam que a falta no País de um certificado que garanta que o material é de fato biodegradável traz incertezas sobre a qualidade dos produtos oferecidos como tal e dificulta a fiscalização.
Além disso, o parecer da Justiça não especifica punições para quem descumprir a determinação nem como deve ser essa sacola biodegradável. "Algumas empresas produtoras de sacolas colocam de forma irresponsável a marca de compostável", diz João Carlos de Godoy Moreira, diretor técnico da Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis (Abicom).
A embalagem compostável, que pode ser feita com amido de milho, batata, mandioca e outros orgânicos, se decompõe em até 180 dias nas usinas adequadas (que, ao menos na capital, não existem).
Já o plástico oxibiodegradável tem a característica de se fragmentar mais rapidamente, mas sem perder seus resíduos tóxicos. "Este tipo de decomposição diminuiu apenas o impacto visual, mas não resolve o problema", afirma Moreira.
Faltam também testes em situações de longo tempo de exposição em lixões ou aterros. "Nada pode dizer que é biodegradável se ainda não se provou que é biodegradável", diz Maria Filomena Rodrigues, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). (atribuna)

Supermercados ignoram Justiça

Supermercados ignoram Justiça e não distribuem sacolinhas biodegradáveis
Ambiente
Nenhuma das cinco de redes diferentes visitadas pelo 'Estado' ofereceu as sacolas compostáveis em 30/07/12, data em que decisão de juíza passaria a valer; estratégia de supermercados é aguardar julgamento de recurso que pede banimento das sacolas.
Apostando numa reviravolta no caso das sacolinhas, as principais redes de supermercado de São Paulo ignoraram a ordem judicial que determinava o início do fornecimento gratuito de embalagens biodegradáveis a partir de 30/07/12. A estratégia das redes é aguardar o julgamento de 31/07, na 27.ª Câmara de Direito Privado, de quatro recursos que tentam banir novamente a distribuição das sacolas plásticas.
Com pedidos similares, os recursos foram solicitados pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), Grupo Pão de Açúcar, Grupo Sonda e Carrefour. Apenas as sacolas plásticas tradicionais estavam à disposição dos consumidores de forma gratuita. A reportagem do Estado percorreu cinco lojas e em quatro delas (Sonda, Walmart, Carrefour e O Dia) as sacolas biodegradáveis eram cobradas.
No Pão de Açúcar, apenas as sacolas comuns estavam disponíveis. Segundo a empresa, já foi pedido ao fornecedor uma remessa de sacolas compostáveis, que não teria chegado ainda por causa do grande volume. Não foi definido, porém, se a sacola será cobrada ou não. "O Grupo Pão de Açúcar pauta suas ações pela obediência às leis e aguarda a decisão do Tribunal de Justiça a respeito do recurso da companhia sobre a liminar proferida em primeira instância", manifestou-se a rede, que tem 434 supermercados espalhados pelo Estado.
Prazo. No fim de junho, as redes de supermercado da capital receberam a notificação do parecer da juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1.ª Vara Cível do Foro Central, que ordenava a volta imediata da distribuição de sacolas plásticas. Além disso, as empresas teriam 30 dias para iniciar também o fornecimento de sacolas biodegradáveis, geralmente produzidas a partir do amido de orgânicos como milho, batata mandioca e cana de açúcar. O prazo terminou na segunda-feira.
A exceção é a rede Walmart, que recebeu a notificação com atraso e, portanto, só será obrigada a cumprir a determinação judicial na semana que vem. A empresa promete cumprir a determinação judicial, mas até ontem fornecia apenas a sacola reciclável comum, feita de polietileno.
A Apas, que tem liderado as ações jurídicas dos supermercados paulistas, afirma que orienta seus associados a seguir as determinações judiciais, mas contesta a discussão a respeito do uso de sacolas biodegradáveis.
"O problema ambiental causado pelas sacolas descartáveis não está relacionado exclusivamente ao material utilizado para sua fabricação, mas também ao enorme volume de sacolas descartáveis distribuídas e ao seu descarte inadequado, entupindo bueiros e gerando enchentes", diz nota da entidade. (OESP)

Supermercados desrespeitam consumidores

Sacolinhas plásticas: supermercados ainda desrespeitam consumidores
Apesar de a Justiça ter determinado a volta das sacolinhas plásticas nos supermercados, consumidores de Santos relatam dificuldades um mês após a decisão. Outros até citam descaso de funcionários. Os depoimentos estão na coluna do Consumidor de A Tribuna desta terça-feira.
"Fiz compras no Hipermercado Extra, na Avenida Ana Costa, em 14 de julho, adquirindo uma grande quantidade de itens. Ao passar pelo caixa, indaguei se tinham caixas de papelão disponíveis para serem utilizadas, recebendo como resposta que não e que no caixa 10, que fica no final do hipermercado, talvez houvesse e, se eu quisesse ir até lá, tudo bem. Assim procedi, mas não havia. Retornei ao local onde passava as compras, me abaixando a cada caixa na tentativa de conseguir alguma sacola, pois o hipermercado oferecia apenas sacos plásticos utilizados para embalar legumes, sendo impossível colocar as minhas compras neles".
E continua: "O que chateou foi o jeito que me foram oferecidas tais embalagens, pois aos risos a atendente me disse que, segundo sua chefe, agora esses sacos são sacolas. O desrespeito pelo consumidor é lamentável. Será que as “preciosas sacolas”, são mais importantes que os clientes que compram e que ajudam a manter o hipermercado e tudo que está dentro dele? Deixo claro que sempre levo sacolas para as compras, mas nesse dia havia esquecido, um erro imperdóavel da minha parte, segundo o Hipermercado Extra", diz Cláudia Couto Pazos.
"No sábado, 14 de julho, estive no Hipermercado Extra, na Avenida Ana Costa, e pasmem, mais uma vez as benditas sacolinhas tinham acabado. Será que o supermercado não controla seus estoques e vem com aquelas desculpas esfarrapadas de que a encomenda feita não foi suficiente para atender aos consumidores? A desculpa do caixa que me atendeu foi de que tinham acabado em todo hipermercado e que a entrega das tais sacolinhas não havia chegado. Será que estarão esperando a liminar ser cassada, por isso não as mantêm em estoque?", indaga Dênis Benedito Pinto de Azevedo.
O hipermercado Extra foi contatado por e-mail, mas não se manifestou. Você tem enfrentado dificuldades em obter as sacolinhas nos supermercados? Envie relato, com nome e telefone para o e-mail digital@atribuna.com.br
Supermercados têm que fornecer as sacolinhas. Próximo passo são as sacolas biodegradáveis
Entenda o caso
Por unanimidade, o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo decidiu, no dia 20 de junho, que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que limitava o direito do consumidor em receber gratuitamente as sacolas plásticas, não é válido.
Com isso, os estabelecimentos foram obrigados a distribuir novamente as sacolinhas de graça em cumprimento ao Código de Defesa do Consumidor. O Ministério Público ainda deu prazo de um mês para que os estabelecimentos passassem a distribuir sacolinhas biodegradáveis.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) e a outras três redes - Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Sonda -, recorreram da decisão. Mas o pedido de cassação de liminar foi negado pela desembargadora Berenice Marcondes Cesar, no último dia 11.
Impasse
O extenso impasse entre varejistas e representantes da indústria plástica se intensificou no início deste ano, quando o governo do estado de São Paulo e a Apas assinaram acordo que previa o fim da distribuição gratuita de sacolas nos supermercados. No dia 3 de fevereiro, já com a distribuição gratuita suspensa, o Ministério Público determinou, por intermédio da TAC, que os estabelecimentos deveriam fornecer aos consumidores, por um prazo de 60 dias e de forma gratuita, alternativas para o transporte de mercadorias.
Findo esse prazo, no entanto, os supermercadistas voltaram a interromper a distribuição de sacolas plásticas, medida que recebeu críticas da Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, que decidiu entrar com ação na qual pedia que o Conselho Superior do MP-SP não homologasse o TAC, entre outras medidas. Desde o início de abril deste ano, os supermercados paulistas deixaram de distribuir 1,1 bilhão de sacolas plásticas descartáveis em todo o Estado. (atribuna)

Mercados fornecerão sacola biodegradável

Mercados são obrigados a fornecer sacola biodegradável
É praticamente impossível identificar a diferença entre a sacola biodegradável e a comum.
As tradicionais sacolinhas de plásticos serão substituídas, a partir de 30/07/12, por opções biodegradáveis.
Os principais supermercados de São Paulo prometem oferecer gratuitamente sacolas de plástico biodegradável ou de papel para os consumidores a partir de hoje, em cumprimento a uma ordem judicial. Até ontem, quando a oferta ainda era facultativa, grandes redes como Sondas, Carrefour, Walmart e Grupo Pão de Açúcar ignoravam a recomendação, fornecendo apenas as sacolinhas tradicionais.
No fim de junho, o parecer da juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1º Vara Central, deu prazo de 30 dias para que os supermercados iniciassem "gratuitamente e em quantidade suficiente" o fornecimento de sacolas biodegradáveis e de papel.
Mesmo contrárias à decisão, as empresas dizem que vão cumprir as determinações da Justiça. Mas afirmam, por meio da Associação Paulista de Supermercados (Apas), que vão recorrer. O Grupo Sondas, afirmou, por meio de nota, que o assunto está nas mãos dos advogados.
—Não há um posicionamento final sobre o assunto, pois a questão da distribuição das sacolas está sendo tratada pelo departamento jurídico.
Para o consumidor, é praticamente impossível identificar a diferença entre a sacola biodegradável e a comum, feita de polietileno - derivado do petróleo. Para piorar, especialistas alertam que a falta no País de um certificado que garanta que o material é de fato biodegradável traz incertezas sobre a qualidade dos produtos oferecidos como tal e dificulta a fiscalização.
Além disso, o parecer da Justiça não especifica punições para quem descumprir a determinação nem como deve ser essa sacola biodegradável, o que é um problema segundo João Carlos de Godoy Moreira, diretor técnico da Abicom (Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis).
—Algumas empresas produtoras de sacolas colocam de forma irresponsável a marca de compostável.
A embalagem compostável, que pode ser feita com amido de milho, batata, mandioca e outros orgânicos, se decompõe em até 180 dias nas usinas adequadas (que, ao menos na capital, não existem).
Já o plástico oxibiodegradável tem a característica de se fragmentar mais rapidamente, mas sem perder seus resíduos tóxicos, explica Moreira.
—Este tipo de decomposição diminuiu apenas o impacto visual, mas não resolve o problema.
De acordo com Maria Filomena Rodrigues, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), faltam também testes em situações de longo tempo de exposição em lixões ou aterros.
—Nada pode dizer que é biodegradável se ainda não se provou que é biodegradável.
Variáveis
Ela explica que a variedade da espessura e das substâncias que compõem o plástico faz toda a diferença.
—Açúcar é biodegradável, mas se está com algo que iniba a ação de bactérias não vai degradar do mesmo jeito. No laboratório ele pode degradar, mas no lixão não sabemos como vai agir.
Hoje, a norma do IBAMA, única do tipo no País, determina que algo é facilmente degradável ou não se houver 70% de decomposição ao longo de 28 dias em condições de laboratório.
—Mas se não der isso, não quer dizer que o material não degrada. Apenas que é um pouco mais difícil.
O instituto elabora uma nova metodologia, com base em normas europeias. No caso dos compostáveis, é preciso checar se o material não será tóxico para plantas.
—Antes de obrigar a ter sacolas biodegradáveis, talvez fosse mais fácil conscientizar a população da importância de usar menos plástico e mudar a coleta de lixo para ter mais reciclagem e compostagem. (r7)

Supermercados distribuirão sacolas biodegradáveis

Supermercados deverão distribuir sacolas biodegradáveis em São Paulo
Terminou em 30/07/12 o prazo dado pela juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1º Vara Central, para que os supermercados voltem a fornecer aos consumidores "gratuitamente e em quantidade suficiente", sacolas biodegradáveis e de papel em São Paulo. Até ontem, quando a oferta ainda era facultativa, grandes redes como Sondas, Carrefour, Walmart e Grupo Pão de Açúcar ignoravam a recomendação, oferecendo apenas as sacolinhas tradicionais.
As empresas, que são contrárias à decisão, afirmaram que vão cumprir as determinações da Justiça, mas que vão recorrer. "Não há um posicionamento final sobre o assunto, pois a questão da distribuição das sacolas está sendo tratada pelo departamento jurídico", afirmou o Grupo Sondas, por meio de nota.
O parecer da Justiça não especifica punições para quem descumprir a determinação nem como deve ser a sacola biodegradável. No Brasil, ainda falta um certificado que garanta a origem do material, o que dificulta a fiscalização. Os consumidores também não saberão discernir, já que é difícil identificar a diferença entre a sacola biodegradável e a comum, feita de polietileno - derivado do petróleo. "Algumas empresas produtoras de sacolas colocam de forma irresponsável a marca de compostável", diz João Carlos de Godoy Moreira, diretor técnico da Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis (Abicom).
A embalagem compostável, que pode ser feita com amido de milho, batata, mandioca e outros orgânicos, se decompõe em até 180 dias nas usinas adequadas (que, ao menos na capital, não existem). Já o plástico oxibiodegradável tem a característica de se fragmentar mais rapidamente, mas sem perder seus resíduos tóxicos. "Este tipo de decomposição diminuiu apenas o impacto visual, mas não resolve o problema", afirma Moreira. (administradores)

Mercados de SP oferecerão sacola biodegradável

Mercados de SP têm de oferecer sacola biodegradável de graça a partir de 30/07/12
Ambiente. Justiça paulista determinou que a distribuição de sacolinhas feitas de material orgânico e de papel seja gratuita para os consumidores; redes prometem obedecer, mas afirmam que irão recorrer da medida, por discordarem da obrigatoriedade.
Os principais supermercados de São Paulo prometem oferecer gratuitamente sacolas de plástico biodegradável ou de papel para os consumidores a partir de hoje, em cumprimento a uma ordem judicial. Até ontem, quando a oferta ainda era facultativa, grandes redes como Sondas, Carrefour, Walmart e Grupo Pão de Açúcar ignoravam a recomendação, fornecendo apenas as sacolinhas tradicionais.
Mercados devem dar sacolinhas a consumidores
No fim de junho, o parecer da juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1º Vara Central, deu prazo de 30 dias para que os supermercados iniciassem "gratuitamente e em quantidade suficiente" o fornecimento de sacolas biodegradáveis e de papel.
Mesmo contrárias à decisão, as empresas dizem que vão cumprir as determinações da Justiça. Mas afirmam, por meio da Associação Paulista de Supermercados (Apas), que vão recorrer.
"Não há um posicionamento final sobre o assunto, pois a questão da distribuição das sacolas está sendo tratada pelo departamento jurídico", afirmou o Grupo Sondas, por meio de nota.
Para o consumidor, é praticamente impossível identificar a diferença entre a sacola biodegradável e a comum, feita de polietileno - derivado do petróleo.
Para piorar, especialistas alertam que a falta no País de um certificado que garanta que o material é de fato biodegradável traz incertezas sobre a qualidade dos produtos oferecidos como tal e dificulta a fiscalização.
Além disso, o parecer da Justiça não especifica punições para quem descumprir a determinação nem como deve ser essa sacola biodegradável.
"Algumas empresas produtoras de sacolas colocam de forma irresponsável a marca de compostável", diz João Carlos de Godoy Moreira, diretor técnico da Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis (Abicom).
Decomposição. A embalagem compostável, que pode ser feita com amido de milho, batata, mandioca e outros orgânicos, se decompõe em até 180 dias nas usinas adequadas (que, ao menos na capital, não existem).
Já o plástico oxibiodegradável tem a característica de se fragmentar mais rapidamente, mas sem perder seus resíduos tóxicos. "Este tipo de decomposição diminuiu apenas o impacto visual, mas não resolve o problema", afirma Moreira.
Faltam também testes em situações de longo tempo de exposição em lixões ou aterros. "Nada pode dizer que é biodegradável se ainda não se provou que é biodegradável", diz Maria Filomena Rodrigues, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Variáveis. Ela explica que a variedade da espessura e das substâncias que compõem o plástico faz toda a diferença. "Açúcar é biodegradável, mas se está com algo que iniba a ação de bactérias não vai degradar do mesmo jeito. No laboratório ele pode degradar, mas no lixão não sabemos como vai agir."
Hoje, a norma do IBAMA, única do tipo no País, determina que algo é facilmente degradável ou não se houver 70% de decomposição ao longo de 28 dias em condições de laboratório. "Mas se não der isso, não quer dizer que o material não degrada. Apenas que é um pouco mais difícil", explica a especialista do IPT.
O instituto elabora uma nova metodologia, com base em normas europeias. No caso dos compostáveis, é preciso checar se o material não será tóxico para plantas. "Antes de obrigar a ter sacolas biodegradáveis, talvez fosse mais fácil conscientizar a população da importância de usar menos plástico e mudar a coleta de lixo para ter mais reciclagem e compostagem", opina.
Para lembrar
Acordo previa troca gradual
No fim de janeiro, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) e o governo paulista colocaram em prática um acordo para o fim do fornecimento gratuito de sacolas plásticas nos supermercados. Na semana seguinte, porém, a medida foi suspensa após a assinatura de um TAC (termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta) proposto pelo PROCON, que exigiu um período de 60 dias para que houvesse uma transição gradual.
No início de abril, as sacolas voltaram a ser banidas e passaram a ser oferecidas apenas embalagens retornáveis ou de decomposição rápida, mediante pagamento, além das caixas de papelão. O parecer da 1a Vara Central, porém, derrubou a medida novamente no fim de junho.
Tempo de degradação
100 anos, em média, é o tempo de decomposição da sacola comum
180 dias é o tempo da biodegradável (OESP)

Resíduos Sólidos de Fast Food

Lixo de fast food despejado em rua de São Paulo
Alimentos são todas as substâncias ou misturas naturais ou processadas que ingeridas pelos organismos biológicos garantem a estes organismos a energia, a água, os micro e os macronutrientes necessários ao desenvolvimento dos processos indispensáveis à vida e reprodução. Uma das formas atuais dos seres humanos ingerirem alimentos é através da ingestão de pratos de preparo e consumo rápidos, ricos em sódio, gorduras e carboidratos servidos em locais exclusivos para este tipo de alimentação, seja em shoppings centers onde se concentram vários restaurantes que utilizam uma única área de alimentação, ou em lugares específicos distribuídos no espaço urbano de acordo com os diversos empreendimentos e/ou franquias específicas. Os maiores consumidores de fast food são as classes média e alta e este hábito de consumo aumenta com a melhoria do poder aquisitivo e da capacidade de consumo da população, mas mesmo em crises econômicas ainda mantém um mercado expressivo.
As atividades de recebimento de mercadorias, armazenamento, preparo e comercialização dos alimentos geram resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos durante os processos necessários aos ciclos de consumo pelas empresas e clientes que utilizam seus produtos. Estes resíduos possuem características específicas que podem ser associadas ao consumo de alimentos rápidos, sendo necessário considerarem-se estas especificidades nas atividades de gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos por estes empreendimentos, que de acordo com a Lei 12.305/2010, artigo 20, inciso II, b, é responsabilidade dos geradores, ou seja, das empresas que preparam e comercializam alimentos tipo fast food.
Os resíduos inorgânicos das praças de alimentação são compostos por embalagens de papelão, vidro, isopor ou poli estireno (PS), copos e garrafas descartáveis de poli tereftalato etileno (PET) e outros plásticos utilizados na conservação e embalagem dos alimentos como o polietileno (PE), propileno (PP), poli cloreto de vinila (PVC), papéis como toalhas e guardanapos. Dos plásticos, o PET representa a maior quantidade descartada. Os resíduos orgânicos originam-se durante os processos de preparação dos alimentos e nas sobras do consumo pelos clientes. Importante destacar que os estabelecimentos de fast food também produzem alimentos embalados para consumo longe das praças próprias, em viagens ou por consumidores que se deslocam nos espaços urbanos. Estes também produzem resíduos que geralmente são descartados em territórios amplos e nem sempre de modo adequado. O planejamento da gestão dos resíduos deve considerar esta característica específica destes produtos.
Em um estudo de caso realizado na cidade de São Paulo/SP em 2007 em uma franquia da McDonald’s foram identificadas as quantidades percentuais e a composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados nas atividades durante o período de uma semana.
Material - Tipo - Peso (cozinha) - Peso (salão) - Peso (total) - Peso (%)
Caixas em geral - Papelão - 42 kg - 42 kg - 19 %
Embalagens, bandejas - Papel misto - 8 kg - 50 kg - 58 kg - 26 %
Copos de refri, sucos - Papel - 2 kg - 9 kg - 11 kg - 5 %
Latas de molho - Papel - 2 kg -_ - _ - 1 %
Copos e canudos - Plástico PP - _ - 2 kg - 2 kg - 1 %
Talheres e tampas - Plástico PS - 1 kg - 4 kg - 5 kg - 3 %
Outros plásticos - Aparas, sacos de lixo - 3 kg - 8 kg - 11 Kg - 5%
Resíduos orgânicos - Restos de alimentos - 49 kg - 38 kg - 87 kg - 40 %
Total - Todos - 65 kg - 154 kg - 219 kg – 100%
Porcentagem dos materiais coletados para análise gravimétrica, McDonald’s, 2007 – São Paulo/SP.
Observa-se que os resíduos inorgânicos são gerados principalmente nas atividades de consumo dos alimentos na praça de alimentação, enquanto que os orgânicos têm como principal fonte de geração a cozinha onde são preparadas as refeições com uma expressiva contribuição das sobras de alimentos descartadas pelos clientes. Outro destaque é a diminuição dos resíduos orgânicos e aumento dos inorgânicos em relação à composição gravimétrica do conjunto dos resíduos produzidos no país que é de aproximadamente 51,4% de orgânicos, 31,9% de inorgânicos recicláveis e 16,7% com outras tipologias.
A gestão dos resíduos de fast food requer a capacitação dos trabalhadores para o aproveitamento máximo dos alimentos durante a preparação, planejando-se inclusive a diminuição dos excessos que serão descartados pelos consumidores. Neste sentido, estes podem ser informados sobre as políticas de responsabilidade ambiental e social da empresa através de programas de educação ambiental direcionados, sendo incentivados a colaborarem com o destino ambiental correto dos restos de alimentos e embalagens. A disponibilidade de locais adequados e identificados para a disposição dos resíduos também é essencial para que os consumidores colaborem, inclusive retornando as embalagens e outros itens que são levados para consumo fora dos estabelecimentos principais.
As parcerias com cooperativas legais, dentro das normas e padrões ambientais pode ser uma solução interessante para a gestão dos resíduos destas atividades. A racionalização, redução, reutilização e reciclagem (4 Rs) é uma metodologia que aplicada nas atividades de fast food permite uma melhoria na lucratividade dos empreendimentos e nas relações sociais com seus consumidores e comunidade em geral.
Referências:
- Perfil do Gerenciamento de Resíduos Alimentares dos Fast Food do Shopping da Cidade de Dourados/MS Josiane Barbosa Dutra Vidmantas, Cleide Adriane Signor Tirlone, Perla Loureiro, Regina Aparecida do Nascimento. III Simpósio Brasil-Japão em Sustentabilidade. 08-12/10/2010, Campo Grande/MS.
- Processo de Gestão de Resíduos nas Embalagens de Pós-Consumo: Estudo de Caso McDonald’s Estudantes das Universidades Castelo Branco e Paulista, São Paulo, Brasil. 3º International Workshop Advances in Cleaner Production. 18-20/05/2011, São Paulo/SP.
Antonio Silvio Hendges, Articulista do Portal EcoDebate, é Professor de biologia, assessoria em resíduos sólidos, educação ambiental e tendências ambientais. Emails: as.hendges@gmail.com e cenatecltda@hotmail.com. (EcoDebate)

domingo, 29 de julho de 2012

Descongelamento na Groenlândia

Descongelamento na Groenlândia foi classificado por cientistas da NASA como ‘sem precedentes’
NASA revela descongelamento ‘repentino’ de vasta área na Groenlândia
A enorme superfície de gelo da Groenlândia, na costa nordeste da América do Norte, sofreu um descongelamento ”sem precedentes” no mês de julho, segundo a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos.
De acordo com os cientistas da NASA, em apenas quatro dias, medidos a partir do dia 8 de julho, a área da camada de gelo descongelada que era de 40% passou para 97%.
Apesar de cerca de metade da camada de gelo da Groenlândia normalmente derreter nos meses de verão, a velocidade e proporção do derretimento registradas neste mês surpreendeu os cientistas e por ser das mais elevadas desde que o monitoramento satelital da região teve início, há três décadas.
Entre as áreas em que se detectou derretimento estava até o local mais frio e mais alto, a estação Summit.
De acordo com os especialistas da NASA, quase toda a camada de gelo da Groenlândia, desde suas finas extremidades na costa, até o seu centro, que tem três quilômetros de espessura, enfrentaram algum grau de derretimento em sua superfície.
Indagações
”Quando nós vemos derretimento em locais que não havíamos visto antes, ao menos em muito tempo, isso nos leva a perguntar o que está acontecendo”, afirmou o cientista-sênior da NASA, Waleed Abdalati.
”É um forte sinal, cujo significado nós iremos desvendar dentro de muitos anos.”
O cientista afirmou ainda que como um forte derretimento similar já foi registrado na Groenlândia, a NASA ainda não foi capaz de determinar se esse foi um evento natural ou um fenômeno raro. Também não se pode afirmar ainda se ele foi provocado por mudanças climáticas acarretadas pelo homem.
Segundo registros da camada de gelo da Groenlândia, o trecho da estação Summit já havia derretido em 1989.
A notícia surge dias após outra imagem satelital divulgada pela NASA ter revelado que um grande iceberg, com o dobro do tamanho da ilha de Manhattan, em Nova York, se partiu de uma geleira na Groenlândia.
Apesar do alarde, cientistas afirmaram que boa parte da camada de gelo da nação já voltou a congelar novamente. (EcoDebate)

Groenlândia tem derretimento extremo

Em apenas quatro dias, neste mês, a superfície da manta de gelo da Groenlândia derreteu em uma quantidade nunca antes observada por satélite, afirmou a agência espacial dos Estados Unidos (NASA). As medições são feitas há 30 anos.
Em média, cerca de metade da superfície gelada derrete durante o verão do Hemisfério Norte, mas, entre os dias 9 de 12 deste mês, o índice de derretimento do gelo subiu de 40% para 97%, afirmam cientistas.
"Comecei a olhar as imagens de satélite e vi algo sem precedentes", afirmou anteontem Thomas Mote, climatologista da Universidade da Georgia que estuda mudanças no gelo da Groenlândia há 20 anos.
Enquanto cientistas descreveram o evento como "extremo", eles ressaltam que, em um contexto histórico mais amplo, ele pode ser visto como normal. Isso porque amostras de gelo retirado das profundezas mostram que, nos últimos 10 mil anos, a cada 150 anos um grande derretimento semelhante ocorreu - o último foi em 1889.
Mesmo assim, os cientistas afirmam que o derretimento deste mês foi significativo, porque a manta de gelo da Groenlândia está diminuindo por causa do aquecimento dos oceanos.
"Ainda que esse evento seja parte de uma variação normal, não deixa de ser um experimento fantástico para que entendamos como a manta de gelo vai se alterar", afirmou Thomas Wagner, líder do programa de estudos da criosfera - as regiões da superfície terrestre cobertas permanentemente por gelo e neve - da NASA. (OESP)

Degelo incomum na Groenlândia

Meio Ambiente
Satélites registram degelo incomum na superfície da Groenlândia
Segundo a NASA, o derretimento da massa de gelo que cobre a ilha saltou de 40% para 97% em quatro dias. Pesquisadores agora estudam as consequências do acontecimento para o meio ambiente.
Um fenômeno registrado na Groenlândia chamou a atenção dos pesquisadores: em apenas quatro dias, entre 8 e 12 de julho, o degelo da massa polar que cobre o território saltou de 40% para 97% da superfície da grande ilha no extremo norte do globo.
Três satélites da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) observaram o que eles chamaram de um degelo sem precedentes. Nos últimos 30 anos, o maior registro feito pelos satélites havia sido de 55%. A maior parte das camadas mais largas de gelo, porém, permaneceram intactas.
Lora Koenig, especialista em geleiras no centro Goddard da NASA, explica que o fenômeno acontece a cada 150 anos. O último registro de um acontecimento semelhante é de 1889. No entanto, ela acredita que o derretimento deste ano pode ter implicações.
"Se continuarmos a observar eventos como este nos próximos anos, será preocupante", disse Koenig.
Segundo a NASA, durante o verão do hemisfério norte (de junho a setembro), em média cerca de metade da superfície da Groenlândia costuma derreter naturalmente. A maior parte do gelo derretido em altitudes elevadas volta a congelar rapidamente. Já na costa, uma parte da água é retida pela camada de gelo. A outra é liberada para o oceano.
Não era erro 
Em um comunicado divulgado no site da NASA em 24/07, os cientistas admitem que a diferença entre as imagens do dia 8 e do dia 12 era tão grande que pensaram haver algum erro. "Era tão extraordinário que no início questionei o resultado: era mesmo real ou ele se devia a uma falha nos dados?", diz Son Nghiem, do laboratório de propulsão a jato da Nasa, em Pasadena.
A notícia foi divulgada poucos dias após imagens de um satélite da agência norte-americana terem mostrado um iceberg duas vezes o tamanho da ilha de Manhattan se desprender da geleira de Peterman, também na Groenlândia. Pesquisadores agora querem avaliar se este derretimento, que coincide com uma forte onda de ar quente sobre a Groenlândia, vai contribuir com o futuro aumento do nível dos oceanos.
"O fato de vermos eventos extremos em função do aquecimento global nos últimos anos não chega a ser intrigante. É até mesmo esperado", afirma Anders Levermann, professor de dinâmica de sistemas climáticos do Instituto Potsdam, na Alemanha.
"Por enquanto não temos como medir as consequências. Não sabemos o que significa um período de derretimento tão extremo. Neste momento nós só sabemos que mais água está fluindo para o oceano", diz. (dw.de)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Corredores Verdes e a poluição de cidades

Corredores Verdes: Plantio estratégico de trepadeiras sobre prédios pode diminuir poluição de cidades em até 30%
Estudo mostra benefício urbano de plantas em diversos prédios na mesma rua – Trepadeiras nas fachadas ‘podem diminuir poluição nas cidades em até 30%’.
O uso de plantas nas paredes externas de prédios em uma mesma rua, criando “corredores verdes”, poderia funcionar como um filtro para a poluição nas grandes cidades, diminuindo em até 30% a quantidade poluentes no ar de grandes metrópoles, segundo um estudo britânico.
Pesquisas anteriores já previam que o aumento de áreas verdes em cidades poderia reduzir em 5% a quantidade de poluentes, mas o novo estudo conduzido por cientistas das universidades de Birmingham e Lancaster mostra que os “corredores verdes” têm um potencial mais efetivo.
Publicados no periódico Tecnologia e Ciência do Ambiente, os resultados do trabalho mostram que tais medidas poderiam ser mais eficientes do que iniciativas tradicionais.
“Até agora todas as iniciativas para tentar reduzir a poluição têm sido feitas ‘de cima para baixo’, como livrar-se de carros velhos, acrescentar catalisadores e até introduzir taxas de congestionamento – e elas não têm mostrado o efeito desejado. O benefício dos ‘corredores verdes’ é que eles limpam o ar que entra e fica no espaço entre os prédios”, diz Rob MacKenzie, um dos autores da pesquisa.
Os ‘corredores’ nada mais são do que placas cobertas com plantas ‘trepadeiras’, que crescem acopladas a uma estrutura, colocadas sobre as paredes exteriores de construções nas cidades.
“Plantar mais (‘corredores verdes’) de uma forma estratégica poderia ser uma maneira relativamente fácil de controlar nossos problemas locais de poluição”, acrescenta o cientista.
Vantagens e desafios
Especialistas sugerem que a criação deste tipo de “corredor verde” também tem vantagens práticas, além do previsto benefício ambiental.
Similares como as chamadas “paredes verdes”, que funcionam como jardins verticais, geralmente compostas por diferentes tipos de plantas e muitas vezes criados por paisagistas, necessitam de sistemas de irrigação específicos, além de fertilizantes e cuidados mais intensos.
Já os “corredores” consistem em uma parede inteira coberta por um tipo único de planta trepadeira, mais resistente.
Mesmo assim há desafios.
Tom Pugh, outro autor do estudo, lista algumas das dificuldades a serem enfrentadas. “Precisamos tomar cuidado quanto às plantas: como e onde plantaremos tais tipos de vegetação, (além de garantir que) não sejam afetadas por seca, não sejam atingidas por calor excessivo e que não sofram ações de vândalos”, diz.
Anne Jaluzot, de um grupo comunitário sobre plantio de árvores em áreas urbanas, diz que a estratégia tradicional, de plantar muitas árvores pequenas, não ajuda em nada para a biodiversidade, e o controle de enchentes e da poluição.
Ela diz que seria preferível se concentrar em regiões menores e nelas plantar árvores muito grandes, mesmo que em número menor. Ela também critica os “jardins verticais”, mais elaborados, como uma “perda de dinheiro”.
“Esses jardins verticais em geral são bonitos, mas são insustentáveis devido ao alto custo de manutenção e a necessidade de adubos. Simplesmente cobrir uma parede com plantas trepadeiras seria em geral uma solução muito melhor para prefeituras e organismos do setor”, avalia. (EcoDebate)

Biocombustíveis e a emissão de gases

Biocombustíveis colocam o Brasil entre os menores emissores de CO2, confirma estudo da União Europeia
Estudo da União Europeia sobre emissões globais de CO² no uso de combustível fóssil e produção de cimento, publicado no dia 18 de julho, mostra que o Brasil está muito bem na foto e colhe os frutos do seu exitoso programa de biocombustível iniciado nos anos 1970 com o Proálcool e diversificado com a implantação do programa brasileiro de biodiesel, há cinco anos.
O relatório europeu foi elaborado com base em dados de consumo de energia de 2009 a 2011. As estimativas são também baseadas nos dados de produção de cimento, cal, amônia e aço, e sobre emissões por países, de 1970 a 2008. A avaliação exclui emissões de CO2 derivadas de desflorestamento e queimadas.
Os números brasileiros de emissão absoluta, per capita ou por unidade do PIB, são muito baixos. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do planeta e se destaca no consumo de biocombustíveis, com volume próximo ao alcançado pelos 27 países da União Europeia. O Brasil consumiu de biocombustível (etanol e biodiesel), no uso de transporte terrestre, em 2011, 479.400 TJ. A União Europeia consumiu, no mesmo período, 555.120 TJ. Em termos per capita, o Brasil consumiu 2,44 TJ por habitante, mais que o dobro de 1,13 TJ registrada na União Europeia.
A explicação para esse bom resultado, além da existência do Proálcool, é que, desde meados dos anos 2000, temos o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Ao longo de cinco anos de mistura compulsória, a produção nacional de biodiesel cresceu a taxas próximas a 25% a.a., saindo de um total de 1,2 milhão de m³ em 2005 para 2,7 milhões de m³ em 2011. Ainda, segundo dados do Balanço Energético Nacional - BEN 2012, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, atualmente o biodiesel representa cerca de 1% do consumo final de energia no Brasil, levando-se em consideração a obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel a todo o diesel fóssil consumido internamente.
Sinalizando para a continuidade e expansão do PNPB, tem-se atualmente a perspectiva de elevações graduais dos percentuais dessa mistura até o teor de 10% em 2020, fato este que deverá contribuir ainda mais para a diminuição das emissões brasileiras de gases do efeito estufa.
Em relação às emissões de CO2 per capita, derivadas de uso de combustível fóssil e produção de cimento, o Brasil ocupa a antepenúltima posição em uma lista de 25 países. Os primeiros dez países que mais emitem CO2 per capita, segundo o estudo da União Europeia, são Austrália, EUA, Arábia Saudita, Canadá, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Alemanha, Países Baixos e Japão.
O Brasil também tem boa classificação - 13º lugar - no ranking de 25 países no que diz respeito a emissões de CO2 por país, derivadas de uso de combustível fóssil e produção de cimento, abaixo de China, EUA, UE (27 membros), Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Canadá, Indonésia e Arábia Saudita.
Os cinco principais emissores de CO2 no uso de combustível fóssil e produção de cimento são China (participação de 29%), EUA (16%), UE (11%), Índia (6%), Rússia (5%) e Japão (4%).
As emissões de CO2 por parte dos países da OCDE agora respondem por um terço das emissões globais, a mesma participação da China e da Índia, onde as emissões aumentaram, respectivamente, 9% e 6%, em 2011.
Os biocombustíveis contribuem efetivamente para a redução da emissão de carbono, e o Brasil é um exemplo prático da chamada economia verde e suas externalidades positivas. (noticiasagricolas)

Emissão de gases por desmatamento é menor

Emissão de CO2 causadas por desmatamento em zona tropical é menor do que estimado
As emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes do desflorestamento nas zonas tropicais são bem menores do que o estimado até então, revela um estudo americano realizado com base em dados de satélites, que apontou o Brasil como um dos maiores poluidores.
De 2000 a 2005, essas emissões foram de apenas 810 milhões de toneladas por ano, ou seja, cerca de um terço do volume estimado recentemente. Isso representa apenas 10% do CO2 total de origem humana jogado na atmosfera, segundo os pesquisadores.
Em seus trabalhos divulgados na revista Science, os cientistas se concentraram nas perdas de CO2 devido a uma redução causada pelas árvores das florestas tropicais, sem levar em consideração o reflorestamento que permite captar dióxido de carbono.
De 2000 a 2005, o Brasil e a Indonésia foram os dois países que produziram mais CO2 devido ao desmatamento, com 55% do total dessas emissões, indica o estudo realizado por esses pesquisadores de Winrock International, um instituto americano privado de pesquisa sobre meio ambiente sem fins lucrativos.
Esta equipe é composta também por cientistas da empresa Applied GeoSolutions, de um laboratório da NASA (agência espacial americana) e da Universidade de Maryland (leste).
Segundo essas análises, cerca de 40% das perdas de cobertura florestal estavam concentradas nas zonas secas dos trópicos, mas estas contribuíram apenas com 17% das emissões de CO2 resultantes do desmatamento, devido aos seus pequenos estoques de dióxido de carbono em comparação com os das florestas tropicais úmidas.
Em 2007, a melhor estimativa das emissões de CO2 causadas pelo desmatamento, estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e baseada na utilização das terras, as avaliou em cerca de 1,9 trilhões de toneladas por ano.
“O modelo contábil para calcular as emissões de CO2 com base nas mudanças na utilização das terras era até então o melhor método”, afirma Nancy Harris, do Instituto Winrock e principal autor do estudo.
“Mas o surgimento de satélites de observação da Terra combinado com uma política internacional que busca reduzir as emissões de CO2 resultantes do desmatamento nos países em desenvolvimento levou a comunidade científica a adotar métodos de estimativa mais transparentes e cada vez mais dependentes de dados de satélite”, explica.
Esses pesquisadores esperam também que o mecanismo da ONU que propõe compensar os países em desenvolvimento pela redução de suas emissões de CO2 provocadas pelo desmatamento e pela degradação das florestas seja beneficiado de uma estimativa mais exata do dióxido de carbono jogado na atmosfera. (EcoDebate)

Emissões de gases atingem recorde em 2011

Emissões de CO2 atingem recorde em 2011, diz Agência Internacional de Energia (AIE)
China teve aumento de 9,3% e puxou alta global. Informações são de balanço da Agência Internacional de Energia.
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) pela queima de combustível fóssil atingiram um recorde de 31,6 bilhões de toneladas, informou um balanço preliminar publicado em 24/05/12. Foi um aumento de 3,2% em relação ao ano passado, que detinha a maior marca da história até agora.
O levantamento foi feito pela Agência Internacional de Energia (AIE), uma organização autônoma sediada em Paris, que tem como objetivo pesquisar fontes de energia confiáveis, baratas e limpas para seus 28 países membros – o Brasil não faz parte do grupo.
Segundo o levantamento, a principal fonte do CO2 emitido em 2011 foi a queima de carvão, que respondeu por 45% desse tipo de poluição. Em seguida, aparecem o petróleo, com 35%, e o gás natural, com 20%.
Reduzir as emissões é essencial para controlar o aquecimento global, já que o gás é um dos principais responsáveis pelo fenômeno. Segundo o estudo, o máximo que as emissões podem atingir por ano são 32,6 bilhões de toneladas, pico que deve ocorrer em 2017, para que o aumento da média da temperatura global não ultrapasse 2ºC.
China puxa a alta
A China foi a principal responsável pela alta nas emissões globais. Ela sozinha aumentou suas emissões em 720 milhões de toneladas – o aumento absoluto global foi de 1 bilhão de toneladas. Percentualmente, o país, que é o principal emissor de CO2 do mundo, teve aumento de 9,3%. No entanto, o relatório ressalta que a China tem adotado medidas para aumentar sua eficiência energética, e que as emissões estão crescendo menos que a economia, o que é positivo.
A Índia também teve um aumento significativo. O país emitiu 140 milhões de toneladas a mais que em 2010, um crescimento relativo de 8,7%.
Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que inclui EUA, Canadá, Austrália, Japão e a maioria dos países europeus, houve redução de 0,6% das emissões.
As emissões norte-americanas caíram 1,7% em 2011, principalmente pela substituição de usinas a carvão para gás natural e também por um inverno mais brando que reduziu a demanda por aquecimento, segundo a AIE.
Apesar dos números, as emissões per capita dos dois países mais populosos do mundo ainda está bem abaixo dos países ricos. Cada chinês emitiu, em média, 63% do que emitiu um morador dos países da OCDE. Na mesma comparação, um indiano emitiu 15% da média da OCDE. (EcoDebate)

Poluição piorou na Grande São Paulo

Índices pioraram na Grande São Paulo no último ano
Os índices de poluição do ar na Grande São Paulo relativos a dois poluentes também pioraram desde o ano anterior.
Os índices de poluição do ar na Grande São Paulo relativos a dois poluentes também pioraram desde o ano anterior.
Entre 2010 e 2011, a concentração média de fumaça cresceu 9% e o número de dias com excesso de ozônio aumentou 57%.
Nesse último quesito, o mais recente relatório de qualidade do ar da CETESB - que é referência para os impactos da poluição na saúde dos paulistanos - mostra que, em 2011, o limite tolerável de ozônio foi ultrapassado em 96 dias, o maior número desde o registrado em 2002.
Segundo a CETESB, isso não significa que o ar em 2011 tenha sido pior que em 2002, uma vez que algumas estações foram ativadas e outras desativadas nesse período.
Além disso, houve diminuição de outros poluentes, como o material particulado, que é formado por poeira e fuligens, principalmente de veículos.
Segundo a Cetesb, essa melhoria se deve aos programas de controle de emissões. (OESP)

Nem cidade das flores escapa do problema

Indústrias das cidades vizinhas, queimadas e proliferação de veículos ameaçam a qualidade do ar em Holambra.
Na cidade em que as ruas, as praças e até as placas de trânsito têm nome e forma de flores, o ar que se respira não é tão puro como se imagina. Holambra, a capital das flores, entrou na pior faixa de classificação de qualidade do ar neste ano, segundo a CETESB.
Com 11,2 mil habitantes, Holambra é a típica cidade de interior para onde moradores de grandes centros fogem para morar com mais qualidade de vida. A educação é modelo, a violência é quase zero, o trânsito não é problema e o clima europeu da colonização holandesa completa o charme. "É uma surpresa saber que o ar está em níveis ruins. Trabalho no ABC e viemos morar aqui por causa da qualidade de vida, do ar puro, da natureza", afirma o analista de custos Donizetti Bozzi, de 55 anos, desconfiado dos dados da Cetesb.
Bozzi e a mulher, Nice, de 48, moram em Holambra há 11. Eles montaram uma estufa de orquídeas na cidade e dizem que um problema antigo são as queimadas de cana-de-açúcar na região. "Mas, de uns tempos para cá, isso diminuiu muito. Percebemos porque, quando fazem queimada, a piscina de casa fica cheia de cisco de cana", contou Nice.
A cidade não tem uma estação de medição - está na faixa de abrangência das estações de Paulínia e Americana. Sofre a influência das duas cidades onde a concentração de ozônio foi o grande problema, segundo a agência da Cetesb em Paulínia.
Moradores receberam a notícia do nível crítico da qualidade do ar com surpresa e certa desconfiança. Na tentativa de tentarem encontrar um motivo que explique essa piora na qualidade do ar, todos citaram o crescimento populacional e o aumento da frota de veículos.
Em 2000, Holambra tinha 7,2 mil habitantes. Passados 12 anos, a população saltou pra 11 mil. Em 2001, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a cidade tinha 2.809 veículos (2,5 por habitante). Neste ano, já são 6.798 (1,6).
"A cidade sempre teve cultura do uso das bicicletas. Mas tem muita gente que pega o carro para tudo", conta a florista Claudia Van der Ven, de 30 anos, nascida em Holambra. (OESP)

Campinas já tem poluição como a de SP

Ar dessa região do Estado está 'severamente saturado' de ozônio, segundo Cetesb; classificação é a mesma que a de Cubatão e Guarulhos.
O ar da região de Campinas já atingiu os mesmos níveis de saturação que o da Grande São Paulo em relação a um dos principais poluentes atmosféricos: o ozônio. É o que aponta o relatório de severidade do ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) deste ano. Dados mostram que as duas regiões estão severamente saturadas, o pior dos cinco níveis usados pelo governo estadual para classificar as cidades paulistas.
Os dados, que levam em consideração medições feitas nos últimos três anos, servem como referência para as autoridades ambientais proibirem ou liberarem atividades industriais nos municípios. Agora, a região de Campinas se juntou à Grande São Paulo e à Baixada Santista como os três locais do Estado onde o ozônio já chegou ao pior nível da escala. O motivo, de acordo com especialistas, é a instalação de indústrias pesadas em Jundiaí e Paulínia, além do contínuo crescimento da frota de veículos nesses locais.
Geografia
O relatório da CETESB mostra que até cidades bucólicas, buscadas por quem quer levar uma vida longe da poluição, como Vinhedo e Holambra, já têm índices de saturação do ozônio iguais aos de Cubatão ou Guarulhos - outros poluentes, como poeira e fumaça, continuam menores. O excesso de ozônio é explicado porque ele não é gerado exatamente no mesmo local onde houve a combustão. O gás pode se espalhar por até 30 km da fonte poluidora (uma indústria ou uma avenida movimentada) - todos os municípios nesse raio de uma estação de medição são classificados no mesmo grau.
A gerente da Divisão de Qualidade do Ar da CETESB, Maria Helena Martins, afirma que o nível de concentração do gás não deve ser motivo para desespero dos moradores desses locais. "O índice de severidade não significa que o ar está ficando irrespirável. Tecnicamente, ele é apenas um parâmetro para avaliar o impacto de novas indústrias naqueles locais e não é usado para medir impactos na saúde respiratória", explica.
Já o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, afirma que o crescimento nos índices é preocupante. Ele diz que o problema vai persistir enquanto a matriz de queima de combustíveis fósseis não mudar. "Continuamos lançando precursores de ozônio, que são hidrocarbonetos, que reagem à luz solar e criam o ozônio não desejável."
O ambientalista afirma que a tecnologia menos poluente é compensada negativamente pelo aumento da frota. E a poluição não tem fronteiras. "De repente, você foge para o interior para respirar ar puro e está mergulhado em um fog de ozônio."
O professor Nelson da Cruz Gouveia, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o ozônio tem alto poder de irritação das mucosas. "Isso pode levar a doenças respiratórias." (OESP)

Baía de Guanabara longe do turismo

Longe do esplendor turístico, a Baía de Guanabara e o retrato da poluição
Esgoto ‘à caminho’ da Baía de Guanabara
Distante da imagem de cartão postal que encanta turistas, a Baía de Guanabara revela uma paisagem dominada pela sujeira, onde pescadores lutam para sobreviver do mar.
“Antigamente, um dia de pesca rendia 300 quilos de peixe e pagava entre R$ 80 e R$ 100”. Hoje, quando dá, o pescador tira 30 quilos e ganha entre R$10 e R$30″, relata à AFP Milton Mascarenhas Filho, 62 anos, pescador há 29, presidente da colônia de pesca de Magé, cidade a 60 km do Rio de Janeiro, localizada no norte da baía.
Milton atribui a mudança à poluição industrial, especialmente ao vazamento de cerca de 1 milhão de litros de óleo após acidente na refinaria da Petrobras no município vizinho de Duque de Caxias, em janeiro de 2000.
“Apesar da poluição, ainda dá para sobreviver da pesca. O difícil é o lixo”, reclama Cláudio Batista, de 48 anos, pescador desde os 10, enquanto retira da rede alguns poucos peixes entre pedaços de plástico.
A quantidade de resíduos, sobretudo garrafas PET, flutuando na água, impressiona, mas nas margens e nos mangues se encontra de tudo: de roupas e calçados a sofás e tubos de televisão.
Os detritos, afirma Milton, são trazidos ao mar pelos rios das cidades vizinhas, que contaminam a água e danificam redes e ‘currais’, armadilhas artesanais utilizadas para capturar o pescado.
– “Uma imensa latrina” — A Baía de Guanabara hoje é “uma imensa latrina e lata de lixo”, critica o biólogo Mário Moscatelli, que desde 1997 denuncia a degradação ambiental na cidade e no estado do Rio.
“É muito afetada pela grande carga orgânica que recebe dos rios que sofrem lançamento de esgotos sanitários indiscriminadamente”, admite Gerson Serva, coordenador de um projeto de saneamento da baía, a cargo do governo estadual.
Serva explica que os quinze municípios com rios que deságuam na Baía de Guanabara lançam ali 20.000 litros por segundo de esgotos. Deste total, cerca de um terço é tratado e outros 10% sofrem um processo natural de decomposição.
O problema é antigo, mas a solução parece distante.
Lançado durante a ECO-92, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara consumiu cerca de US$ 1 bilhão em recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), com contrapartida do governo do estado. O PDBG previa instalação de redes coletoras, ligações domiciliares e estações de tratamento de esgoto, mas 20 anos depois, está inacabado.
“O PDBG foi o maior programa de saneamento já desenvolvido no estado do Rio de Janeiro, entretanto teve muitas falhas em sua gestão e deixou um conjunto de obras inacabadas”, reconhece Gerson Serva.
“Esse programa é o resultado mais claro da certeza da impunidade governamental onde o administrador público tem certeza de que pode fazer praticamente tudo com o dinheiro público que não lhe acontecerá praticamente nada”, acusa Moscatelli.
Recentemente, o governo estadual assinou novo contrato com o BID para outro programa voltado para a baía, o Plano de Saneamento Ambiental dos Municípios no Entorno da Baía de Guanabara (PSAM), que Serva coordena.
Com orçamento de US$ 640 milhões, o plano prevê construção, ampliação e melhoria da rede de esgoto no centro e na zona norte da cidade do Rio e municípios vizinhos da Baixada Fluminense e São Gonçalo.
– Uma aposta na recuperação dos manguezais –
Para Moscatelli, resolver o problema, atacando as causas, exigiria políticas públicas de habitação, transporte e saneamento pelos próximos 15 a 20 anos. Mas, afirma, ações de curto prazo, como a recuperação de manguezais, permitem enfrentar as consequências da degradação.
Há 12 anos, o projeto Mangue Vivo, instalado em Magé, tem como meta recuperar a vegetação destruída pela contaminação e pelo desmatamento às margens da baía.
O projeto, sob responsabilidade da ONG Onda Azul, se concentra em parte do total de 1,64 km2 que precisam ser recuperados, e visa a transformar a área reflorestada em um parque ecológico aberto à visitação, mas enfrenta problemas de financiamento, enquanto a retirada do lixo que se acumula no local atrasa o replantio.
Adeimantus da Silva, coordenador do trabalho de campo, e José dos Santos, ambos funcionários da ONG, inventaram um envoltório de garrafas PET para proteger as mudas dos predadores, que é retirado quando a planta está crescida. Graças à técnica, 120 mil m2 de mangue foram reflorestados e uma segunda área de 160 mil m2 teve 40% da vegetação recuperada.
“O mangue é um verdadeiro berçário marinho. Temos um grande número de aves, mamíferos e répteis já catalogados. Peixes de espécies comerciais, como tainha e corvina, e 70% dos caranguejos que viviam no local se reproduzem e já são encontrados no manguezal recuperado”, comemora Silva. (EcoDebate)

Como evitar a poluição doméstica

Poluição doméstica: saiba o que é e como evitar
Há alguns anos a Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) salientou que várias evidências científicas indicam que o ar interior (ar dentro de casa ou ar indoor) pode muitas vezes, ser mais poluído do que o ar exterior, mesmo nas cidades maiores e mais industrializadas (vide http://www.epa.gov/iaq/pubs/index.html). Outros estudos indicam que as pessoas gastam cerca de 90% de seu tempo em locais fechados. Portanto, para inúmeras pessoas, os riscos de saúde decorrentes da poluição indoor, pode ser muito maior que o da poluição ao ar livre.
Efeitos nocivos podem surgir depois de uma única exposição bem como a exposição repetida e pode gerar um estado inflamatório sistêmico ou localizado, como por exemplo, irritação dos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça, tontura e fadiga. Estes efeitos são geralmente de curto prazo e tratável, às vezes simplesmente eliminar a exposição à fonte de poluição é o tratamento suficiente. Porém, outros efeitos na saúde podem aparecer devido às exposições mais prolongadas. Estes efeitos incluem algumas doenças respiratórias, doenças cardíacas e câncer, que podem ser severamente debilitantes ou fatais. É importante tentar melhorar a qualidade do ar interior em sua casa mesmo que os sintomas não sejam perceptíveis.
A Qualidade do Ar Interno (QAI) surgiu como ciência a partir da década de 70 com a crise energética e a consequente construção dos edifícios selados (desprovidos de ventilação natural), principalmente nos países desenvolvidos, e ganhou dimensão mundial após a descoberta de que a diminuição das taxas de troca de ar nesses ambientes era a grande responsável pelo aumento da concentração de poluentes biológicos e não biológicos no ar interno.
A rigor, pode-se dividir os tipos de poluentes em: materiais particulados, aerossóis, vapores e gases. Esses, por sua vez, podem ser classificados em orgânicos, inorgânicos e biológicos. Os 7 principais poluentes são:
Monóxido de carbonocarbon monoxide (CO): O monóxido de carbono é um produto por combustão incompleta de combustíveis como o gás natural, carvão ou madeira. Na presença de um suprimento adequado de O2 mais monóxido de carbono produzido durante a combustão é imediatamente oxidado a dióxido de carbono (C2). Os maiores níveis de CO geralmente ocorrem em áreas com tráfego intenso congestionado. Nas cidades, 85-95 % de todas as emissões de CO geralmente são provenientes do escape dos veículos a motor. Outras fontes de emissões de CO incluem processos industriais, queima residencial de madeira para aquecimento, ou fontes naturais, como incêndios florestais. Os fogões a gás e os fumos de cigarro são as principais fontes de emissões de CO em espaços interiores. Dependendo de quanto é inalado, o CO pode afetar a coordenação, doenças do coração fazem pior e causar fadiga, dor de cabeça, confusão, náuseas e tonturas. Níveis muito altos pode causar a morte. Idosos, bebês em desenvolvimento e pessoas com doenças cardiovasculares e pulmonares são particularmente sensíveis a níveis elevados de CO.
Ozônio (O3): formado por reações químicas entre o Óxido nitroso e compostos orgânicos voláveis. O Ozônio (não medicinal) provoca vários problemas de saúde, tais como dores torácicas, tosse e irritação da garganta, causando ainda vários danos nas plantas. As reações químicas envolvidas na formação de ozônio troposférico são uma série de ciclos complexos em que o monóxido de carbono e compostos orgânicos voláteis são oxidados ao vapor de água e dióxido de carbono, através de reações químicas e fotoquímicas.
Chumbro (Pb): A exposição humana ao chumbo causada por emissões industriais é um problema de interesse mundial. As principais fontes de exposição ao Pb são empresas do setor de reformadoras de baterias (RB), que ainda utilizam processos e tecnologia obsoletos, em instalações precárias. O monitoramento de Pb no ar, próximo a tais fontes estacionárias é necessário para avaliar o nível de exposição ao Pb e prever possíveis efeitos nocivos à saúde. Os efeitos mais críticos no ser humano são observados sobre o sistema nervoso, e síntese do heme. Podendo ocorrer também distúrbios no sistema nervoso periférico e nos sistemas renal, gastrointestinal, reprodutor e cardiovascular. Os sintomas crônicos decorrentes da exposição excessiva são encefalopatia, arteriosclerose, nefropatia saturnina crônica, fibrose intersticial e hipertensão arterial.
Dióxido de nitrogênio (NO2): Esse gás oxidante é normalmente produzido por processos de combustão.
Material particular (partículas finas = PM): As partículas finas, ou inaláveis, são uma mistura complexa de substâncias orgânicas e inorgânicas, presentes na atmosfera, líquidos ou sólidos, como poeira, fumaça, fuligem, pólen e partículas do solo. O tamanho das partículas está diretamente ligado ao seu potencial para causar problemas de saúde, sendo classificadas de acordo com o seu tamanho: PM10 – partículas com diâmetro equivalente inferior a 10μm, e PM 2,5, para partículas com diâmetro equivalente inferior a 2,5μm. As fontes primárias mais importantes destas substâncias são o transporte rodoviário (25%), processos de não-combustão (24%), instalações de combustão industriais e processos (17%), combustão comercial e residencial (16%) e o poder público de geração (15%). As partículas com menos de 10 micrómetros (μm) de diâmetro pode penetrar profundamente no pulmão e causar sérios danos na saúde. São um dos principais poluentes com efeitos diretos na saúde humana, pois quando inaladas, penetram no sistema respiratório causando sérios danos. Estudos recentes comprovam que são responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias como a bronquite asmática.
Dióxido de Enxofre (SO2): Os óxidos de enxofre, em especial o dióxido de enxofre, SO2 são maioritariamente emitido por vulcões, produzido em grande escala por processos industriais e pelo tráfego de veículos a motor. O enxofre é um composto abundante no carvão e petróleo, sendo que a combustão destes emite quantidades consideráveis de SO2. Na atmosfera, o SO2 dissolve-se no vapor de água, formando um ácido que interage com outros gases e partículas ai presentes, originando sulfatos e outros poluentes secundários nocivos. Uma maior oxidação de SO2, normalmente na presença de um catalisador, como NO2, forma H2SO4 e, assim, a chuva ácida. Esta é uma das causas de preocupação sobre o impacto ambiental da utilização destes combustíveis como fontes de energia.
Compostos orgânicos voláteis (COVs): São produtos químicos orgânicos que facilmente evaporam à temperatura ambiente, como o metano, benzeno, xileno, propano e butano. São chamados orgânicos porque contêm o elemento carbono nas suas estruturas moleculares, e são de especial preocupação, pois na presença do sol, sofrem reações fotoquímicas que podem originar ozônio. A evaporação de COVs oriundos de materiais de construção, acabamento, decoração e de mobiliário, é uma das principais fontes de COVs em recintos fechados. Outras fontes importantes são os processos de combustão e emissões metabólicas de microorganismos. Contribuem ainda para agravar o quadro, os processos que melhoram o transporte desses compostos para a fase vapor, tais como umidificadores, uso de produtos à base de aerossol e até mesmo os sistemas de ar condicionado, supostamente purificadores e condicionadores de ar, que podem ser uma das causas principais de poluição no ar indoor.
Fumaça do cigarro: A fumaça do cigarro contém milhares de constituintes químicos, e ela pode ser, em casos extremos, a maior fonte de matéria particulada respirável do ar em recintos fechados. Portanto, a queima de tabaco produz uma mistura complexa de poluentes, muitos dos quais são irritantes respiratórios. Sabe-se que concentrações altas de fumaça de tabaco incomodam e irritam os indivíduos, e que existe uma preocupação com relação aos efeitos potenciais na saúde. Portanto, onde existe alta incidência de fumantes e mínima ventilação pode haver acúmulo da fumaça do tabaco, causando irritação, particularmente no sistema respiratório superior.
Há um número de fontes de poluição do ar que são mais comumente conhecidas, como o perigo dos produtos de limpeza e purificadores de ar. O site Ciclo Vivo escolheu sete fontes de poluição do ar interior que podem ser menos conhecidas.
1. Carpete novo: Materiais do carpete podem emitir uma variedade de compostos orgânicos voláteis (COVs). Dica: Ao comprar um carpete novo, areje-o por alguns dias antes de instalá-lo. Procure por aquele com baixas concentrações de COVs – com adesivos sem formaldeído. Depois de colocado, mantenha as janelas na sala abertas e deixe um ventilador ligado por dois ou três dias.
2. Lâmpadas fluorescentes compactas quebradas: Quando essas lâmpadas quebram, podem emitir no ar, em pequenas quantidades, o mercúrio (uma neurotoxina). Carpetes e tapetes não podem ser totalmente limpos de mercúrio e aspiradores de pó não devem ser usados para limpá-lo. Dica: Não use lâmpadas fluorescentes compactas em luminárias que poderiam facilmente tombar, especialmente em casas com crianças ou mulheres grávidas. Se a lâmpada quebrar, abra uma janela e limpe o quarto por 15 minutos.
3. Novos componentes eletrônicos e produtos de plástico: Produtos feitos com cloreto de polivinila (PVC) podem emitir ftalatos, que têm sido associados a alterações hormonais e problemas reprodutivos. Plásticos também podem liberar produtos químicos retardadores de chama, como éteres difenil-polibromados, que têm sido associados a alterações neuro-comportamentais em estudos com animais. Dica: Ventile o espaço até o odor dos produtos químicos se dissipar. Aspire em torno de computadores, impressoras e televisores regularmente.
4. Colas e adesivos: Elas podem emitir COV, como acetona ou metil etil cetona, que podem irritar os olhos e afetar o sistema nervoso. Cimento de borracha pode conter n-hexano, uma neurotoxina. Adesivos podem emitir formaldeído tóxico. Dica: Procure por cola a base de água, livre de formaldeído. Trabalhe em um espaço bem ventilado.
5. Equipamento de aquecimento (fogões, aquecedores, lareiras e chaminés): Equipamento de aquecimento, especialmente fogões a gás, podem produzir monóxido de carbono, capaz de causar dores de cabeça, tontura, fadiga e até mesmo a morte se não for ventilado corretamente. Pode também emitir dióxido de azoto (nitrogênio) e partículas, que podem causar problemas respiratórios e inflamação dos olhos, nariz e garganta.
6. Tintas e decapante Tintas látex são uma grande melhoria às tintas a base de óleo porque emitem menos química. Mas, à medida que seca, todas as tintas podem emitir COV, o que pode causar dores de cabeça, náuseas ou enjoos. Decapantes, removedores de adesivos e tintas em spray aerosol também podem conter cloreto de metileno, que é conhecido por causar câncer em animais. Dica: use tintas com baixo teor de COV. Ao aplicar a pintura, abra janelas ou portas, areje o espaço com ventilador, e use um respirador ou máscara. Mulheres grávidas devem evitar o uso de decapantes com cloreto de metileno.
7. Móveis estofados e produtos de madeira prensada (compensado de madeira, painéis de parede, aglomerado, MDF): Quando novas muitas mobílias e produtos de madeira podem emitir formaldeído, uma provável substância cancerígena que também pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta; chiado e tosse, fadiga, erupções cutâneas e reações alérgicas graves. Dica: aumente a ventilação, principalmente depois de trazer novas fontes de formaldeído em sua casa. Use produtos de madeira prensada, eles são de baixa emissão, pois contêm resinas de fenol, não resinas de ureia. Procure por móveis sem formaldeído e produtos de madeira.
8. Nunca deixe que fumem em sua casa (EcoDebate)

Mudanças Climáticas: o que podemos fazer?

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