quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ONU alerta para risco de crise alimentar

ONU alerta para risco de crise alimentar com alta de preços
Aumento ocorreu em decorrência de seca nos Estados Unidos.
Preços do milho e da soja bateram recordes no mês passado.
O mundo pode enfrentar uma nova crise alimentar, semelhante à que aconteceu e 2007 e 2008, se os países restringirem exportações para tentar proteger seus estoques, alertou em 09/09/12a FAO (órgão da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura), após relatar uma alta nos preços dos alimentos em decorrência da seca nos Estados Unidos.
O milho e a soja bateram preços recordes no mês passado por causa das condições climáticas nos EUA, puxando para cima a cotação de outros produtos, e obrigando a FAO a reduzir suas previsões de declínio nos preços neste ano.
Em 2007 e 2008, a conjunção de preço elevado do petróleo, maior demanda por biocombustíveis obtidos de produtos comestíveis, clima adverso, políticas restritivas para as exportações e especulações nos mercados futuros causaram uma disparada nos preços dos alimentos, provocando protestos em países como Egito, Camarões e Haiti.
Plantação de milho danificada pela seca nos Estados Unidos; alta nos preços pode provocar crise alimentar, segundo a ONU
"Há o potencial para que se desenvolva uma situação como a que tivemos em 2007/08", disse Abdolreza Abbassian, economista-chefe e analista de grãos da FAO.
"Há uma expectativa de que desta vez não adotaremos políticas ruins nem interviremos no mercado por meio de restrições, e se isso não acontecer não iremos ver uma situação séria como a de 2007/08. Mas se essas políticas se repetirem, tudo é possível."
Os mercados graneleiros foram atingidos por especulações de que produtores de grãos do mar Negro, especialmente a Rússia, poderiam impor restrições às exportações por também terem sofrido com uma seca.
Em 08/08/12 a Rússia disse não ter motivos para restringir exportações neste ano, mas que tarifas punitivas aos exportadores não estão descartadas para o ano que vem.
O Índice de Preços Alimentícios da FAO, que mede oscilações mensais para uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, subiu de uma média de 201 pontos em junho para 213 em julho.
A alta reverte três meses de declínio. O índice está abaixo do recorde de 238 pontos em fevereiro de 2011, quando a alta dos alimentos ajudou a estimular as revoltas da Primavera Árabe, mas acima do índice registrado durante a crise alimentar de 2007/08.
A ONG Oxfam disse que a alta no preço dos grãos pode causar fome e desnutrição para milhões de pessoas, que se somariam às quase 1 bilhão que já não têm condições de se alimentar adequadamente.
Abbassian disse que a situação ainda é muito diferente da de 2007 e 2008, quando o preço do petróleo estava em níveis recordes, o que também eleva os custos dos produtores agrícolas.
A abundante oferta de arroz e o fraco crescimento econômico mundial também devem aliviar a pressão sobre os preços, e muita coisa vai depender das condições climáticas. (g1)

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